Nascimento: 10 de julho de 1931 (82 anos), Wingham, Ontario, Canadá
Prêmios: Prémio Internacional Man Booker, Nobel de Literatura
Cônjuge: Gerald Fremlin (de 1976 a 2013), James Munro (de 1951 a 1972)
Filme: Longe Dela
Outros
livros de Monro disponíveis em edição portuguesa são O Progresso
do Amor (The Progress of Love, 1986), O Amor de
Uma Boa Mulher (The Love of a Good Woman,
1998), Fugas (Runaway, 2004), A Vista de
Castle Rock(The View from Castle Rock, 2006)
e Demasiada Felicidade (Too Much Happiness,
2009).
http://www.publico.pt/cultura/noticia/alice-munro-recebe-nobel-da-literatura-1608662#/1
Nascida na província
canadiana de Ontário em 1931, a escritora Alice Munro venceu nesta quinta-feira
o Prémio Nobel da Literatura, atribuído pela Academia Sueca, que nela
reconheceu um “mestre do conto contemporâneo”. Munro recebera já alguns dos
mais importantes prémios literários, incluindo, em 2009, o prestigiado Man
Booker International Prize, e era há muito uma candidata recorrente ao Nobel da
Literatura.
Mas quando o secretário
permanente da Academia Sueca, Peter Englund, se dirigiu aos jornalistas para
anunciar o Nobel da Literatura de 2013, o nome de que se falava era o da
jornalista de investigação e prosadora bielorrussa Svetlana Alexievich, que
tinha acabado de ultrapassar o japonês Haruki Murakami nas cotações das casas
de apostas.
Quando recebeu o Man Booker
International Prize, o júri justificou a escolha afirmando que a autora,
“embora seja essencialmente conhecida como contista, mostra a profundidade,
sabedoria e precisão que a maior parte dos ficcionistas só consegue alcançar
numa vida inteira a escrever romances”. Foi Cynthia Ozick, ela própria uma
talentosa contista, que, reconhecendo a consumada mestria de Munro na história
breve, lhe chamou há alguns anos o Tchekov do nosso tempo, uma aproximação que,
desde então, muitos críticos têm glosado.
Tal como nos contos do
mestre russo, o enredo é relativamente secundário nas histórias desta
canadiana, povoadas de personagens e assuntos triviais, e cuja força está
muitas vezes no súbito impacto de um momento iluminante e revelador. Quase
todos os seus contos têm como cenário a região sudoeste da província canadiana
de Ontário, o que tem levado a que seja comparada a outros ficcionistas cujas
obras se centram na vida de pequenas cidades, como Sherwood Anderson, Flannery
O'Connor ou Carson McCullers.
A notícia do Nobel chegou
ao Canadá de noite, quando Munro dormia. A autora contou à televisão canadiana
CBC que foi acordada pela filha: “Sabia que era uma das candidatas, mas nunca
pensei que fosse ganhar.”
Munro disse ainda que
ganhar o prémio é “formidável” e mostrou-se feliz por o mundo descobrir a sua
escrita.
Nascida numa família de
criadores de raposas, Alice Munro começou a escrever na adolescência, tendo
publicado o seu primeiro conto, The
Dimensions of a Shadow, em 1950, quando frequentava a universidade.
Ao mesmo tempo, ia ganhando dinheiro em empregos ocasionais, trabalhando em
restaurantes, na apanha de tabaco, ou como bibliotecária.
A sua primeira colectânea
de histórias, Dance of the
Happy Shades, saiu em 1968 e foi um sucesso imediato, tendo ganho o
mais importante prémio literário canadiano e recebido o elogio unânime da
crítica. O livro seguinte, Lives
of Girls and Women (1971), é ainda hoje o seu único romance, e
não falta quem ache que se trata, na verdade, de uma sucessão de contos articulados
entre si.
Munro publicou mais de uma
dúzia de colectâneas de histórias curtas, muitas delas editadas em Portugal
pela editora Relógio d’Água, incluindo a mais recente, Amada Vida (Dear Life, 2012), traduzida
pelo poeta José Miguel Silva.
http://www.publico.pt/cultura/noticia/alice-munro-recebe-nobel-da-literatura-1608662#/1
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